Europa. A palavra ecoava em minha mente como um canto de sereia, me atraindo para longe das margens familiares e em direção a um oceano de possibilidades. E lá estava eu, em meio a uma conquista árdua, dividindo meu pequeno universo com três almas distintas: dois rapazes e uma garota, cada um carregando consigo a essência de suas terras natais. Um deles, um italiano, parecia esculpido pelos deuses do Mediterrâneo. Estatura imponente, queixo quadrado, barba por fazer e cabelos que dançavam ao redor de seus ombros como ondas escuras. Seu sorriso… ah, seu sorriso! Era como se o sol da Toscana tivesse se aninhado em seus lábios, irradiando uma luminosidade que alcançava o mais profundo recôndito da minha alma.
Fui recebida com um calor que contrastava com a frieza das ruas de pedra. Ele, com sua voz melódica, me apresentou aos outros e me guiou até meu refúgio no segundo andar, um quarto aconchegante ao fundo do corredor, perto do banheiro. A casa, modesta e de dois andares, se misturava harmoniosamente com as outras da rua, como se sempre tivesse pertencido ali. Apesar do tamanho, havia um calor, uma intimidade que nos envolvia a todos.
O irlandês, dono do quarto principal no térreo, mantinha um romance com uma garota da cidade, enquanto a francesa se isolava em seu espaçoso sótão. Eu, solitária em meu pequeno quarto, sentia meu coração bater mais forte sempre que o italiano se aproximava. E não era a única. A francesa também parecia enfeitiçada por sua presença, criando entre nós uma competição silenciosa, uma dança de olhares e gestos sutis, cada uma buscando a atenção dele sem revelar nossos verdadeiros desejos.
Uma das minhas táticas era deixar a porta do meu quarto entreaberta, como uma armadilha inocente. Às vezes, eu o via passando, seus olhos percorrendo a penumbra do meu espaço, onde eu me encontrava em momentos de intimidade quase despida. Mas ele nunca ousava entrar, nunca comentava o que via. Era um jogo de voyeurismo silencioso, alimentando minhas esperanças e dúvidas. Seria ele tímido? Respeitoso? Ou talvez… gay?
Certa noite, enquanto todos se divertiam na sala com um jogo de futebol, decidi tentar novamente. Subi, vesti uma camisola rosa de cetim que deixava pouco para a imaginação, apaguei as luzes do corredor e acendi velas, criando uma atmosfera sedutora. Deixei a porta entreaberta e me deitei na cama, fone de ouvido no lugar, fingindo cantarolar enquanto acariciava meus seios.
Não demorou muito para ouvir passos no corredor, seguidos de um silêncio repentino. Um vulto se materializou na porta, me observando atentamente. Era ele? Meu coração disparou. Mas então, uma voz feminina, em francês, quebrou o silêncio:
“Ça va?”
A francesa entrou, fechando a porta atrás de si. Fiquei paralisada, sem saber o que esperar. Ela se sentou ao meu lado, seu olhar intenso me prendendo em um feitiço. O cheiro de seu desejo era palpável, sua mão se aproximando timidamente do meu corpo. Um toque gentil, sensual, como um convite.
Eu a olhava nos olhos, mordendo os lábios, minha mão buscando suas coxas. Medo e excitação se misturavam dentro de mim. Seria real? Ou apenas um jogo cruel?
Ela acariciou meu seio, suas unhas provocando meus mamilos, enviando arrepios por toda a minha pele. Me entreguei ao momento, meu corpo respondendo ao seu toque. Era como se nossos espíritos estivessem se conectando em uma dança cósmica.
Então, ela se levantou, seus olhos ainda fixos nos meus, e se despiu, revelando seu corpo esguio e delicado. Ela se aproximou, seu corpo quente se moldando ao meu. Seus lábios encontraram os meus, em um beijo que era ora selvagem, ora gentil, roubando minha alma e me levando a lugares desconhecidos.
Naquele quarto, sob a luz das velas, descobri um novo mundo, um oceano de sensações que eu jamais havia explorado. E enquanto me perdia em seus braços, esqueci do italiano, esqueci da competição, esqueci de tudo, exceto do momento presente e da intensa conexão que compartilhávamos.
Ela desceu bruscamente levando consigo minhas roupas de baixo descartando-as ao chão, me abriu me examinando com expressão de desejo e com sorriso jocoso nos lábios desceu e me tocou com seus lábios. Fui levada por sua boca, sentia sua língua percorrer minha vergonha e conseguia ouvir o som de seus beijos forte e precisos. À cada chupada, eu me contorcia cada vez mais, enlouquecida e entregue àquela mulher. Seus dedos enterrados dentro de mim tocavam o lugar de maior prazer, faziam movimentos curtos. Eu me derramava em sua boca, querendo ser engolida por ela. Um orgasmo forte não tardou, desabou sobre mim com uma tonelada de prazer me deixando ali quebrada e morta.
Ela desceu seu olhar para meu corpo com uma intensidade que me fez tremer. Num gesto brusco, arrancou minhas roupas íntimas, descartando-as no chão como se fossem meras pétalas de uma flor que já havia desabrochado. Seus olhos, brilhando com desejo e um sorriso malicioso, me examinavam com uma fome que eu nunca havia experimentado. E então, ela se inclinou, sua boca quente se aproximando da minha intimidade.
Fui consumida por sua boca, sua língua dançando sobre minha pele com uma habilidade que me levava à loucura. O som de seus beijos ecoava no quarto, forte e preciso, cada chupada me fazendo contorcer em um êxtase crescente. Meus dedos se cravaram nos lençóis, me segurando enquanto me entregava completamente àquela mulher e suas carícias mágicas.
Seus dedos, longos e ágeis, encontraram meu ponto mais sensível, provocando-o com movimentos curtos e intensos. Meus gemidos escapavam como sussurros roucos, meu corpo se derretendo em um mar de prazer. Eu me derramava em sua boca, querendo ser devorada por ela, consumida por sua paixão.
E então, chegou. Um orgasmo avassalador, como uma onda gigante quebrando sobre mim, me levando a alturas inimagináveis. Meu corpo se contraiu, se arqueando em espasmos de puro prazer. E quando finalmente acabou, eu estava ali, quebrada e exausta, mas ao mesmo tempo mais viva do que nunca.
Ela se levantou, seu rosto corado e seus lábios brilhando com o meu néctar. Seus olhos encontraram os meus, e naquele olhar havia uma conexão profunda, uma intimidade que transcendia as palavras. Naquele momento, eu sabia que algo havia mudado dentro de mim. A francesa, com seu toque mágico, havia despertado uma parte de mim que eu nem sabia que existia.
E enquanto eu a observava se vestir, um sorriso se formou em meus lábios. Talvez o italiano não fosse o único tesouro que eu encontraria nessa aventura europeia. Talvez, o verdadeiro tesouro fosse a descoberta de mim mesma.