Duas amigas descobrem o prazer entre risos e segredos na penumbra do quarto, em brincadeiras que revelam mais do que imaginavam sentir.
Capítulo 3
E aí, galera! Então, essa história que eu vou contar rolou quando eu era bem novinha, naquela fase de descobertas e curiosidades sobre sexo. Eu tinha uma amiga que era praticamente minha alma gêmea, a gente vivia grudada, pra cima e pra baixo o tempo todo. E, olha, a gente era muito sapatilha sem nem saber!
Sabe aquelas brincadeiras de dar beijo na amiga “só pra treinar” ou tocar siriricas juntas? Não né! Pois é, era bem assim. Na época, eu achava super normal. Só depois, já mais velha, fui perceber que não era tão comum assim quando outras amigas começaram a falar que nunca tinham feito nada do tipo e que essas coisas eram mais de menino — para mim quase todas as garotas tinham disso com suas besties.
Cada uma tinha seu namorado, mas os namoros duravam, sei lá, um mês? Eram aqueles romances intensos e dramáticos, com promessas de amor eterno, até que alguém dava uma mancada ou perdia um pouquinho do interesse. Aí já viu: chororô, indireta nas redes sociais, treta com amigos, virava o assunto do momento na sala de aula… até começar tudo de novo com outro.
Foi nessa época que, um dia, eu tava na casa dela. As duas de pijama, ouvindo música, falando besteira e debatendo um assunto super importante: qual dos meninos da escola tinha o pau maior. Detalhe: nenhuma das duas tinha visto um pau na vida! Mas, claro, a imaginação ia longe e, junto com ela, aquele calorzinho começou a subir.
A gente podia muito bem ir cada uma pro seu canto, fechar a porta e se aliviar discretamente em qualquer um dos banheiros da casa, mas não… O legal era fazer juntas e ainda anunciar. Porque, né, era a nossa grande onda. Dessa vez, foi ela que puxou a ideia – aliás, quase sempre era ela. Eu topava porque gostava, claro, mas ela era mais atirada que eu.
— Aí, bora tocar uma?
— Vai ser de quem goza mais rápido dessa vez? — falei.
— Ah, mas você finge que goza só pra ganhar!
E era verdade! Eu sempre fazia isso. Nunca conseguia gozar sozinha, ainda mais com ela me olhando. Morria de vergonha. Então, eu só mandava meu melhor gemidão do zap e levava o troféu.
A gente tirou as calcinhas rindo, se ajeitou no chão – ela encostada no tapete e eu no guarda-roupa – cuspezinho na mão, uma mão no peito, outra na xota, e toma-lhe! O mais gostoso dessa brincadeira era justamente essa mistura de intimidade e vulnerabilidade. Ter alguém te vendo ali, no seu momento mais privado, e ao mesmo tempo ver essa pessoa da mesma forma.
Outra coisa que eu lembro bem eram os cheiros. No começo, um cheirinho de sabonete, fresquinho, limpo. Mas conforme o calor aumentava e os corpos ficavam mais úmidos, o cheiro ia mudando, ganhando uma nota mais intensa, mais salgada, sei lá… difícil explicar. Só sei que até minha boca se enchia d’água. Mas o que me deixava realmente doida era ver ela completamente molhada e o som que a gente fazia – aquele barulhinho molhado dos dedos deslizando na carne. Aquilo sim me deixava acesa de verdade.
A gente sabia o que era ser lésbica ou bi, só que, na nossa cabeça, não se encaixava muito naquilo. Era mais uma “sisteragem”, tipo uma versão feminina da “brotheragem”. No fim das contas, a gente só curtia se aliviar juntas e nada mais… ou pelo menos era o que a gente achava. Tinha algo ali, claro, mas a gente ainda não sabia nomear.
Eu tava ali, toda escancarada, perna bem aberta, que era o meu jeito, enquanto ela preferia um estilo mais discreto, com as pernas fechadas, esfregando uma coxa na outra. Tinha umas manias que eram só dela, tipo passar a mão no cuzinho no meio da brincadeira. Eu, sinceramente, morria de nojo. Sempre que ela fazia isso, eu virava a cara. Às vezes, ela enfiava o dedo fundo mesmo, e eu só pensava no cheiro que ficava depois. Já tentei uma vez, mas odiei.
Meu estilo era o famoso frango assado: pernas abertas ao máximo, joelhos dobrados no ar. Desenvolvi essa técnica porque, na minha casa, tirar a calcinha pra isso era impossível. De pé, então, nem sonhando. Então eu me jogava na cama assim, sem tirar a roupa, pronta pra puxar tudo de volta caso ouvisse um barulho suspeito.
Nosso jeito de tocar era diferente. Ela ia devagar, encaixando os dedos entre os grandes lábios e fazendo um movimento curtinho, quase um ganchinho, no clitóris. Já eu era um escândalo, usava os quatro dedos abertos, cobrindo a xota inteira, parecendo uma dona de casa esfregando panela.
Ali, no chão, cada uma no seu ritmo, a gente se olhava de vez em quando, meio rindo, meio concentradas. O quarto tava abafado, e o ar parecia mais denso, carregado com o cheiro da gente. O som dos dedos deslizando, da respiração acelerada, do gemido que escapava sem querer. Ela mordeu o lábio, apertou os olhos e deixou a cabeça tombar pro lado. Eu sentia o suor escorrer entre os seios, os músculos das coxas tensos, a barriga tremendo a cada novo impulso.
O tempo ali corria numa cadência própria, como se o mundo lá fora tivesse pausado. Era só a gente, de olhinhos fechados, sentindo o calor se acumulando, a respiração entrecortada, e aquela onda de prazer crescendo, prestes a romper.
Mas… Ei, que!
Eu tava no meu ritmo frenético, os músculos da barriga contraídos, a mão acelerando sem piedade. Foi quando ouvi um barulho na minha frente. Nem abri os olhos. Devia ser ela se ajeitando ou subindo na cama. Eu já tava naquele ponto sem volta e não queria me desconcentrar.
Até que senti.
Uma coisa úmida, quente e absurdamente macia roçando na entrada da minha xota. No primeiro segundo, achei que era o tapete no chão encostando. Mas aí veio outro toque, mais definido, mais lento.
Abri os olhos.
E lá estava ela.
A boca entre as minhas pernas, os olhos me encarando no meio da penumbra, língua deslizando devagarzinho contra minha pele já encharcada. Meu primeiro instinto foi enfiar a mão na boca, abafando um gemido sufocado. O segundo foi tentar conter o grito que quase escapou. Depois, veio o puro choque. Porque, sim, eu já tinha pensado nisso antes. Claro que sim. Mas nunca tinha acontecido. Nosso máximo tinha sido comparar quem ficava mais molhada que quem, e aquilo já tinha deixado a gente meio sem graça. Mas agora… agora ela tava ali, me chupando.
E eu deixei.
A língua dela era suave, explorando cada pedacinho com um cuidado que eu nunca senti sozinha. Primeiro, ela passou de leve pelas bordas, sem pressa, espalhando minha excitação, testando minha reação. Depois, subiu devagar, quase preguiçosa, até encontrar meu clitóris, onde ela parou por um instante, só respirando ali, sentindo meu corpo estremecer.
Então veio o primeiro toque de verdade.
Uma lambida pequena, tímida, só a pontinha da língua. Depois outra, mais firme, e outra, e outra. O ritmo era tão lento que parecia tortura, cada movimento despertando um arrepio diferente na minha pele. Minhas coxas tremiam, e eu sentia minha barriga se revirar numa ansiedade deliciosa.
Ela alternava entre pequenos círculos e deslizes longos, suaves, sem nenhuma pressa. Quando começou a sugar de leve, eu quase perdi o controle. Meu corpo queria mais, queria me jogar pra frente, puxar a cabeça dela e implorar pra ela ir mais fundo, mais forte. Mas eu não podia fazer barulho.
Mordi os lábios com força, minha respiração virou só um fiozinho de ar entrecortado. Minhas mãos, sem ter onde se agarrar, deslizaram pelos lençóis, pelos próprios seios, apertando meus mamilos duros como pedra. A língua dela acelerou só um pouquinho, a sucção ficou mais firme, e foi aí que aconteceu.
O orgasmo veio como uma onda silenciosa, me engolindo por dentro. Meu corpo inteiro pulsava, a pele formigava, mas nenhum som saiu. Só um soluço trêmulo, abafado pela palma da minha mão. Eu me contraí, prendi a respiração, senti cada fibra do meu corpo se desfazer num calor absurdo.
E ela?
Ela continuou ali, olhando pra mim com aquela carinha de gatinho do Shrek, satisfeita, a boca brilhando com o gosto de mim.
Só consegui sussurrar, sem fôlego:
— Sua maluca…